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domingo, 20 de maio de 2012

Artigo:Por um pacto contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes.(Beth Sahão)


                                            Deputada Beth Sahão
Nesta sexta-feira, 18 de maio, é “comemorado” o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Deixarei o verbo entre aspas propositalmente. Afinal, não temos nada a comemorar enquanto sabemos que milhares de garotas e garotos, no Brasil e no restante mundo, continuam a ser vitimados por essa terrível forma de violência, que costuma deixar marcas irreparáveis na vida dessas pessoas.
É evidente que não podemos negar os avanços ocorridos em tempos recentes. Atualmente, mesmo com todas as resistências e problemas que ainda persistem em alguns setores, a sociedade se mostra mais consciente a respeito dos direitos das crianças e adolescentes.
É possível se notar também, por parte das famílias, da escola e da sociedade como um todo, uma preocupação maior em relação aos riscos que rondam nossos meninos e meninas. Só isso não basta, porém.
Sabemos que a evolução das tecnologias da comunicação abriu um novo campo de ação, que vem sendo explorado avidamente pelos criminosos sexuais. Não são raras as notícias relacionadas ao uso da internet como ferramenta por pedófilos e indivíduos que exploram a pornografia infantil.
Nesse sentido, é necessário que a toda a sociedade se una em torno de um pacto contra a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes. Sem a participação da comunidade, o enfrentamento a essa forma de violência dificilmente trará resultados práticos, até porque se trata de um crime extremamente difícil de ser identificado.
Além disso, é preciso que o poder público implemente políticas integradas destinadas a prevenir e enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes. Esse foi um dos pontos defendidos pelos deputados estaduais de São Paulo no documento final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia, do qual fui relatora.
Infelizmente, o Estado de São Paulo ainda tem caminhado a passos lentos nesse sentido. Falta, por exemplo, um órgão específico para coordenar as políticas na área e fazer a interlocução com os demais órgãos da administração pública envolvidos na luta contra a pedofilia e a pornografia infantil.
Por fim, é vital importância que os governos, em todas as esferas, ampliem os investimentos nas ações de prevenção e enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Afinal, não é possível se fazer política pública sem recursos.

Fonte: www.bethsahao.com.br 

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