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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Divertimento Humano: Sacrifício Animal (Prof. Agnelo Campos).


Este artigo, previamente agendado, teria como título: O Bem-estar Animal, matéria publicada na Revista do CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária),sobre o qual eu comentaria, com a devida licença da Revista e dos autores. Entretanto, um desastroso caso havido com um animal na Festa de Peão de Boiadeiros de Barretos, leva-me a juntar-me a tantas outras vozes que condenaram o fato.

Temos, lamentavelmente, uma história pouco ilustre sobre o trato com animais. Farra do boi, exploração de animais em circos, rinhas de brigas de galos, pássaros com olhos vazados para cantarem melhor, filhotes de aves para contrabando entalados em tubos plásticos e outras misérias mais.



O que ocorreu numa das atrações, conforme publicação em um jornal de circulação nacional: “Acidente com bezerro gera polêmica”; “Morte de bezerro vai parar na Promotoria”, é algo estarrecedor para quem tem equilíbrio mental. Esperamos que o fato não pare na Promotoria, mas que ande nessa entidade como um processo que alcance culpados. O texto é claro quanto à contradição existente entre os representantes que se manifestaram. Os argumentos de fatalidade, a comparação com corrida de carros, pelo perigo assumido, são primários, cínicos e insensíveis. O piloto de carro, quando assume um risco é porque ele, sendo racional, dono de sua vontade, pode escolher. O animal não; ele é conduzido à força para essas façanhas. Ou ele optaria por isso? Não, diante do poder de domínio do ser humano, ele é compelido.

Sabemos que festas, comemorações, eventos, espetáculos são promovidos para gerar a alegria,a descontração,o lazer,a convivência das pessoas. Mas, a esse preço?

Por que “buldogueiro”? Porque ele faz o papel de um buldogue, cão usado para acuar e pegar animais? Isso é coisa do passado, atitude grotesca e incivilizada. Dizer que a torção no pescoço do bezerro não o prejudica é o mesmo que dizer que uma marretada no crânio de uma pessoa é algo saudável.

Qualquer pessoa de mediana inteligência ou que tenha algum contado com animais sabe que existe a necessidade de sua contenção para se lidar com eles. Casquear,ferrar,examinar,curar são atos que exigem cautela. Até a ordenha manual exige cuidados especiais. Eles são fisicamente mais fortes do que nós, mas pouco podem contra nossa inteligência, astúcia, e, freqüentemente, maldade, brutalidade e truculência. Nada, em circunstância alguma, justifica o uso dessa prova. Na prática, todos sabem, isso não é necessário, há métodos mais lógicos, racionais. O que se destaca nesse ato é puro exibicionismo, à custa do animal, é claro.

                                                        Camila Jorge - Modelo e Atriz

Como o ser humano, o animal pode ser treinado, pode ser submetido a baterias de exercícios, nunca, porém, além de seus limites, o que não é respeitado jamais nesses eventos. A busca de adrenalina, de emoções fortes é própria do ser humano, mas tem seu preço, é voluntária, previamente conhecida e consentida; aos animais só resta a submissão, o medo, o desgaste e ... A morte.

Esperamos que essas manifestações de repúdio a essa estupidez cresçam se juntem a outros esforços e façam um coro de paz em prol desses seres aos quais tanto devemos: nossos amigos, os animais.


Autor: Professor Agnelo Campos é professor de Língua Portuguesa e Literatura em Pirangi-SP.

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